passou-se há mais de 20 anos. não sei se todos os intervenientes estão vivos. eu estou. e vou contar a estória que me foi recordada hoje por um email que recebi com uma estória de antónio feio a quem na farmácia trocaram o medicamento e em vez daquele que o faria sentir-se menos mal com as sessões de quimioterapia lhe deram um para a diabetes (teria acabado comigo pois sofro de hipoglicémia). mas adiante. o facto é que comecei com uma comichão nas costas e parte do ventre. queixei-me e uma médica disse-me que que eu com certeza tinha sido mordida por um bicharoco já que tinha andado a mexer em papéis velhos. ficar-me-ia por ali não fosse o facto de me terem surgido dores. a comichão aumentava e as dores também. tudo isto se passava dentro do posto médico onde eu trabalhava. já a coisa ia sendo comentada por todos quando um médico mais experiente me disse que o seguisse ao seu consultório. depois de me examinar foi peremptório. o que tu tens miúda é zona. daqui a pouco passo pela tua secretária e deixo a receita. pouco depois o director do posto perguntou-me se eu já tinha sido consultada. era um homem pequenino sempre de fato e gravata com quem tive várias estórias que podiam ter acabado mal. felizmente a minha juventude devia servir de desculpa para os meus arroubos revolucionários. respondi que sim e ofereceu-se para me passar a receita. disse-lhe que não era preciso que o médico que me tinha examinado já tinha combinado comigo que ma deixaria na secretária. insistiu. quando o colega passou para me deixar a receita disse-lhe que o director já a tinha passado. curioso pediu-me que lha mostrasse. e ao ler o que o colega tinha medicado disse-me assim de caras o gajo não te grama e quer matar-te. foi então buscar um simpósium médico e mostrou-me o que dizia do tal medicamento cuja única contra indicação era precisamente a doença de que eu padecia ou seja a zona. não creio que o outro senhor me quisesse matar. mas lá que o podia ter feito... lá isso podia. não fosse eu ter um anjo da guarda tão forte e atento.
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