24 agosto, 2009

chega

não me peças nada mais. tudo o que tinha para te dar dei. em tempo útil. não percebeste que esse era o tempo de receber e retribuir. e eu cansei-me. cansei de esperar que percebesses que era eu que ali estava. cansei de esperar que me olhasses com ternura. cansei de esperar que um sinal me dissesse que estava a apostar no cavalo certo. e então parti. decidi que para mim não existes. e é assim que hás-de continuar. uma inutilidade inexistente. não tenho nada para te oferecer. tudo em mim se tornou um deserto. nada dentro de mim se quebrou porque já não havia nada para quebrar. eu já tinha reunido todos os cacos e reconstruído com cola transparente o que havia para reconstruir. e se parti foi para evitar que alguém voltasse a quebrar tudo o restou de mim. aprendi. sempre disseste que sou uma mulher inteligente. resolvi acreditar em ti e mostrar que sou capaz de não repetir erros. por isso apenas conseguiste deixar atrás de ti um deserto. um monte de coisa nenhuma. e nem sequer me dói. e é por isso que te digo que para ti o que há é nada ou coisa nenhuma. podes escolher. eu já fiz a minha escolha e disso te dei conta em devido tempo. não estou feliz mas estou tranquila. e não troco esta tranquilidade pelo vazio que me queres oferecer. dá a outra pessoa as tuas mãos cheias de nada. porque eu já recebi de ti a minha parte. chega.

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