26 junho, 2009

incapacidades à parte


realmente não me parece o tema ideal para uma sexta feira que para mim não é ainda um dia com o fim de semana à porta uma vez que trabalho amanhã o que fará com que o meu fim de semana se reduza a um dia. pois... não me queixo. é que para quem já está de fim de semana se calhar não é assim uma grande ideia falar da morte de Michael Jackson. sobretudo alguém como eu que nunca foi fã do génio da pop precisamente porque nunca foi fã de pop. isso não invalida que reconheça o mérito de Michael. mas a partir do momento em que ele decidiu modificar a sua cara e a cor da pele o respeito por ele como pessoa esfumou-se completamente. e em vez dele apareceu a pena por um jovem que podia ser alguém brilhantemente preto não se aceitar a si mesmo. e não me parece que alguém que não se ame a si mesmo possa ser alguma vez feliz. e Michael tornou-se um ser andrógino. nem preto nem branco nem homem nem mulher. construiu uma coisa em vez de um ser humano. realmente sempre critiquei este tipo de gente que não se aceita como é. assim como não consigo entender os que perseguem o segredo da eterna juventude. isso não existe. mesmo que um dia seja possível tornar uma pessoa de 60 anos em alguém com o aspecto físico de 20 isso será sempre ridículo. porque por dentro a pessoa tem 60 anos e quanto a isso não há nada a fazer. que se viva uma vida saudável. que se aprenda a aceitar tudo o que a vida nos dá e a virar o jogo e até a mesa quando preciso for. lutar quando for preciso. mas por algo que valha a pena. não pela eterna juventude. não para mudar de cor ou esticar os olhos e tornar o nariz mais afilado... só para terminar. há mais de 30 anos conheci uma jovem mulher que processou o cirurgião que a operou às adenóides porque ele decidiu modificar-lhe o nariz. era um nariz tipo Sreisand. e ele decidiu que ela ficaria mais bonita com um nariz pequeno. acontece que ela não se reconhecia ao espelho e isso passou a causar-lhe um enorme desconforto. não se reconhecer. por isso processou o médico. eu faria o mesmo. e desculpem-me este preconceito. não consigo entender as pessoas que querem ver do outro lado do espelho outra pessoa. é uma das minhas incapacidades. agora Michael morreu um homem diferente do que nasceu. isso não me parece bom. mas talvez eu esteja enganada.

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