27 junho, 2009

e como cheguei à galinha do vizinho?


sinal dos tempos. o verão continua indeciso. tal como michael jackson que nunca soube se queria ser branco ou preto homem ou mulher anjo ou demónio. o verão não sabe se quer ser primavera ou outono. julgo que já ponderou mesmo a hipótese de se inverno. percebi isso quando fiz a minha pausa para o almoço. estava frio na rua. frio de verdade em junho em lisboa. um frio que me fez desejar ter vestido um casaco. um tempo que não entendo. afinal de contas fala-se de aquecimento global e o que eu sinto é mesmo um frio global. um frio que vem de dentro. um frio que está dentro de mim e na saudade que sinto de ti. do teu abraço apertado de quem não tem medo de mostrar afectos. de quem paga em dobro o amor que recebe. alguém que se envergonha de pequenas coisas mas que um dia não teve vergonha de mostrar os seus sentimentos. que escreve e diz o que sente. alguém que está disposto a entregar-se sem pensar duas vezes. alguém que poderei amar quem sabe da mesma maneira. sei que sinto falta do teu abraço apertado das tuas mãos no meu rosto dos teus olhos percorrendo o meu corpo como se fosse o primeiro corpo que olham. sinto tanta falta. de ti e do teu país onde o verão ainda sabe que é verão apesar de em tudo o resto se assemelhar ao meu país. a todos os outros países que afinal todos somos cidadãos globais e todos desejamos a galinha do vizinho que afinal não é nem melhor nem pior do que a nossa. é igual.

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