02 maio, 2009

enquanto dormes


amanhã quando acordares já não estarei. acabando o que tenho para te dizer parto. eu sei que não gostas que faça isto sei que vais amuar durante uns dias mas é assim que eu sou. ou melhor é assim que eu quero que seja. quero estar enquanto me faz bem. dar-te oportunidade de me magoar é sempre um risco que se concretiza. não é portanto um risco. sei que se não partir antes que acordes acabarás por fazê-lo. porque te desesperas? é uma atitude puramente irracional. tu sabes que a minha vida não é aqui. estas são as circunstancias e não podemos fazer nada para alterar o que a vida nos dá. eu sei que tu racionalmente sabes que é assim que funciona e que só assim vale a pena. temos um trato. dizemos sempre a verdade um ao outro. isso é que importa. a lealdade é uma farsa. o que conta no meio de tudo é sempre a verdade. isso é que nos une. é com esse elo que podemos contar. ninguém terá força para quebrar os nosso elos enquanto continuarmos a dizer a verdade. e é isso que eu estou aqui a fazer. tu às vezes não gostas de ouvir a verdade. eu também não gosto de as ouvir às vezes. mas sei que prefiro ouvir a verdade a descobrir-te menos leal. isso quebraria tudo o que existe entre nós. porque tu sabes e eu sei que o que nós temos é demasiado frágil. tem que ser muito bem cuidado ou desaparece. e eu não quero perder nada do que vivo contigo. os anos vão passando e o nosso segredo mantém-se. terá que ser assim. portanto meu querido parto e quero que tu saibas que foi pensando em ti que abalei. um dia destes volto. tu sabes. eu volto sempre. porque me faltas tanto quando me afasto. faltas-me já e ainda aqui estou. mas tu dormes e portanto. 

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