20 abril, 2009

sobre a crise tenho dito


assim não vale. tenho andado a apregoar que esta crise há-d trazer algum benefício. servirá para mostrar às pessoas que é possível ser feliz sem um excesso de consumo. tenho também feito campanha por uma ambiente mais limpo. e tenho feito a minha parte. aliás faço a minha parte há muito tempo. ainda ninguém acreditava que haveria crise já a eu a cheirava à distância. assim que o preço dos combustíveis começou a mostrar  a sua escalada imparável era de prever que o fim não podia ser outro senão este enorme buraco que nós mesmos ajudámos a escavar. mas arrepio-me quando ouço as noticias. a saber. a taxa de juro nunca esteve tão baixa. mas os bancos não estão aí para ajudar ninguém senão a si mesmos. por isso toca a subir o spread para os novos empréstimos. as empresas queixam-se dos mesmos bancos que aproveitam a mãozinha do estado para meterem mais a sua mãozinha nos empréstimos ás pequenas e médias empresas. os gestores condenados a pagar individualmente multas usam dinheiro das empresas para o fazerem. empresas que têm condições para laborar decretam o lay off e despedem aproveitando a boleia da crise. assim não dá. ou realmente todos os governantes começam a agir de uma maneira sistemática contra os abusos (nos USA Obama já disse que as taxas cobradas pelos bancos têm que baixar) ou não vamos a lado nenhum. ou nos consciencializamos todos que é tempo de parar e voltar a viver a vida que os nossos pais viveram (eu estreava roupa no dia de anos e no Natal e os meus pais sempre viveram acima da média e não fui infeliz por isso apesar de ver os meus amigos zangarem-se com os pais para trem umas caças levi's ou lois). é uma questão de educação. aos filhos devemos dar o necessário e explicar que o supérfluo é mesmo isso e portanto tratar-se á de uma excepção à regra. vi amigas minhas abdicarem de coisas simples para proporcionarem aos filhos roupa e calçado de marca. fabricaram os consumidores de hoje. tornaram-se elas mesmo consumidoras vorazes. agora é tempo de parar e pensar ou se algum dia sairmos deste buraco será para nos metermos num ainda maior. tenho dito.

1 comentário:

Flip disse...

´isso Mé, há que recriar novos comportamentos, novos hábitos, em suma, nova mentalidade...
:-)