não tínhamos dinheiro e éramos felizes. também não tínhamos contas para pagar nem sonhos consumistas. eu queria apenas o meu emprego e vocês queriam montar um negócio. eu nunca quis trabalhar por conta própria vocês não queriam ter patrões. eu aguentei-me vocês não. hoje dizem que eu sempre fui mais forte. não é verdade. os meus sonhos é que sempre foram mais modestos. essa é que é a verdade. quando eu falava do que se passava pelo mundo fora fosse onde fosse vocês perguntavam-me o que tinham com isso. afinal tudo aquilo de que eu falava era tão longe... e para mim o mundo sempre foi tão pequeno que sempre me pareceu que o mundo era a minha casa. e vocês sonhavam. sonhavam com casas com piscina e iates e eu sonhava que os meus filhos crescessem fortes saudáveis e honestos. e trabalhava. e de cada vez que falava dos meus pequenos sonhos vocês brincavam comigo. aquilo que eu dizia serem sonhos era a vida de um mundo muito longe. e eu insistia que era a minha casa. o meu lugar era ali naquilo a que vocês chamavam de mundo. continuo a ter os meus pequenos sonhos. gostava de ver os meus netos crescerem mais perto de mim. quero que se tornem homens fortes honestos e generosos como o pai. que não tenham medo de sonhar mas que não se ponham a sonhar irrelevâncias como casas com piscina. o mar está aqui mesmo . basta olhar da janela e é todo meu. para que preciso de um iate? se quiser navegar uma chata chega. quero ter os meus amigos de sempre para sempre. quero ter os meus amigos de hoje para sempre. o meu canto com os meus livros e a minha música. um lugar como este para escrever...
1 comentário:
é quanto basta MÉ
:-)
beijinho
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