22 abril, 2009

Qualquer coisa de paz


Qualquer coisa de paz. Talvez somente 
a maneira de a luz a concentrar 
no volume, que a deixa, inteira, assente 
na gravidade interior de estar. 

Qualquer coisa de paz. Ou, simplesmente, 
uma ausência de si, quase lunar, 
que iluminasse o peso. E a corrente 
de estar por dentro do peso a gravitar. 

Ou planalto de vento. Milenária 
semeadura de meditação 
expondo à intempérie a sua área 

de esquecimento. Aonde a solidão, 
a pesar sobre si, quase que arruína 
a luz da fronte onde a atenção domina. 

(Fernando Echevarría)

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