05 fevereiro, 2009

Acreditei no mar


Percorri a umbria de um eclipse
que nas vagas não reflectia

Apaguei os olhos e sorri com uma lágrima

Ao abrir , fitei o azul

o azul do céu , do mar e da lua

Ouvi então estremecerem as ondas
e a areia lacrimar.

Voltaram os raios lunares,
voltei ao luar da noite
húmida e fria
em que me movo
e te deito.

Minha gárgula de vida,
meu eterno mar.

(Nuno Travanca)

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