07 janeiro, 2009

sempre


era apenas uma menina mulher metida dentro do carro à espera que chegassem as 4 da tarde. e pensava se ao menos fosse às 5 da tarde... talvez tivesse tempo para pensar um pouco mais talvez arranjasse a coragem necessária para desaparecer uma vez mais ou para simplesmente dizer não. dizer não para dizer sim à vida. aquele foi um dos dias mais difíceis da sua vida. a menina mulher já tinha vivido muito. deitara fora a família perdera a terra jogara todo o passado para o alto. despedira-se do grande amor da sua vida no aeroporto enquanto ele implorava que ficasse. mas ela sabia que não podia ficar. sabia que seria a ruína da vida dos dois. mal por mal antes despedaçar-se em voo. a sós. aquele era o caminho possível. o único que vira. não pensou que mais tarde lhe surgiriam outros homens menos complicados com vidas livres prontos para se entregarem a ela. e só a ela. mas aconteceu. só que ela nunca mais foi de um homem só. o que ficou no aeroporto viajou dentro do seu coração. deu a volta ao mundo. e ele continua ali. como no primeiro dia em que o viu. será ele. sempre. por muitos homens que passem... será ele. sempre.

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