16 janeiro, 2009

preciso dedicar-me ao budismo


todos somos diferentes e geralmente atraídos por pessoas que são o nosso oposto. foi isso que aconteceu há uns anos quando foi trabalhar comigo uma mulher da minha idade e que aparenta sempre uma serenidade fantástica. encarregue de a ensinar só a via sair do sério frente ao computador. ela realmente não suportava aquele bicho que não lhe obedecia... e quando me pedia ajuda dizia que não percebia porque é que ele me obedecia a mim. mas rapidamente porque é muito inteligente o PC se tornou numa ferramenta de trabalho sem qualquer mistério para ela. eu ria de todas as vezes que a via zangada com ele. outra característica que nos distinguia era a arrumação. eu sou uma pessoa organizada o que não significa que seja sempre arrumada. quer dizer: eu não arrumo nada. organizo. por isso para terceiros pode parecer que as minhas coisas estão desarrumadas mas a verdade é que eu sei sempre onde está cada coisa. esta minha amiga costumava arrumar a minha secretária depois de eu sair. e quando eu entrava de manhã cedo a sorte dela era chegar mais tarde porque eu ficava furiosa por não encontrar nada do que queria. quando ela entrava vinha com o seu ar de felicidade tranquila e dizia-me então hoje tinha tudo arrumadinho... e eu agradecia como se ela tivesse feito algo que me tivesse facilitado a vida. foi assim que comecei a arrumar as coisas fora do alcance da sua vista para não ter que encontrar tudo arrumadinho mas fora do lugar que eu destinara... a vida profissional separou-nos mas continuámos muito amigas. a empatia nunca terminou e de há uns meses para cá desde que voltou a trabalhar em Lisboa almoçamos juntas uma vez por mês. é preciso marcar o dia em que nos vamos encontrar no mês seguinte porque se assim não for ela não aparece. mas como tem o hábito de cumprir todos os compromissos se o dia estiver agendado ela não falha. como não falhou hoje. gostava de reagir com a tranquilidade dela a todas as tormentas. mas tenho mau feitio sou explosiva e tanto me emociono até às lágrimas como me apetece bater em toda a gente... a minha consolação é que saber que no fundo sou boa pessoa... apenas demasiado emotiva. preciso de me dedicar ao budismo. é o que eu acho.

1 comentário:

Flip disse...

olá Maria Eduarda
fazfavor de relaxar...esses passeios no paredão fazem bem, inspira bem esse ar e depois expira d e v a g a r i n h o :-)