ao mesmo tempo que sinto necessidade de manter certas rotinas sinto também um cansaço muito grande por ter que fazer tudo da mesma maneira dia após dia. é por isso que de vez em quando como diz a minha mãe invento uma moda. pois agora a moda é ir de bicicleta até à estação de comboios e só usar comboio em vez de combinado com metro até ao emprego. e foi assim que me apercebi do estado a que muitas coisas chegaram nesta país e em Lisboa em particular. há anos que não saía na estação de Alcântara Mar. parece um refúgio da segunda guerra. cá em cima a estação fechada e o corredor subterrâneo que dá acesso à superfície escuro sujo e mal cheiroso. as casas de banho avariadas (cá para mim estão mesmo cheias de ratazanas) as escadas rolantes avariadas o corredor rolante para peões que quase ligava as estações de Mar e Terra foi destruído. o centro comercial que ali existiu é hoje um edifício nem sei de quê... mas é espantoso que uma estação de comboios tão importante para o turismo como a de Alcântara Mar esteja naquele estado lastimoso. a mim dá-me vontade de chorar. e para não tornar a ver a paisagem decrépita de Alcântara Terra a Entrecampos vou passar os 10 minutos de trajecto a ler ou a ouvir música de olhos fechados. é que já vi tudo o que de feio há para ver naquele trajecto. afinal há muito mais do que a área ribeirinha a ser reabilitada em Lisboa. há sobretudo muita miséria. mas nem sempre tenho capacidade de olhar e interiorizar a miséria ao meu redor. mas pelo menos não nego que existe. e apetece-me gritar de alguma maneira que há um trabalho grande e urgente a fazer nesta cidade. antes que ela se transforme de vez num paraíso de escritórios e Bancos.
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