23 dezembro, 2008

um lápis muito valioso


esta é a minha estória de natal para este ano. passou-se hoje e como é provável que não me aconteça outra pelo menos tão boa quanto esta fico já por aqui. enquanto esperava que o comboio parasse na estação de Alcântara para sair um rapaz de cerca de 20 anos e sotaque brasileiro dirigiu-se-me estendendo-me um lápis perfeitamente novo. tão novo que nem afiado foi. na outra mão tinha um cachecol com a bandeira de Portugal desses que costumamos ver nos estádios nos jogos da selecção e não só. não percebi imediatamente porque me estendia o lápis. então disse que não o queria. o rapaz então insistiu. tinha comprado o cachecol e o lápis tudo pelo mesmo preço e ele não usava lápis. para além disso há uns dias que me via no comboio e tentava descobrir de onde me conhecia. até que ontem à noite descobriu. conhece-me daqui mesmo deste meu tempo. é que a irmã é leitora do site e enviou-lhe do Brasil o link e ele agora diz que eu sou a melhor companhia que ele tem embora tenha dificuldade às vezes em entender porque escrevo sem vírgulas. mas que agora já está mais acostumado e até acha graça porque pode ler a mesma coisa com vários sentidos... pois. a ideia é também essa. peguei então no lápis e disse que eu também não uso lápis mas que vou guardar este lápis como uma das melhores prendas de natal que já recebi. entretanto o comboio parou. saímos desejei-lhe um natal o melhor possível uma vez que se encontra em terra estranha. esqueci-me de lhe perguntar o nome. é o costume. ele gosta das estórias da minha infância e das outras do cotidiano. conhece-me sabe o meu nome e eu nem isso sei dele. mas um dia destes voltarei a vê-lo. e então pergunto. obrigada pelo lápis amigo. nunca tive um tão valioso.

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