durante muitos anos assisti filmes que na maior parte das vezes não me diziam nada. os chamados filmes de acção. como se todos os filmes não tivessem acção... enfim se calhar não tenho razão mas a verdade é que nos últimos anos tenho aproveitado para ver os filmes que gosto de ver. e quando gosto geralmente repito. é como os livros. há filmes que vejo e de que gosto tanto que compro o DVD. é verdade. nunca aluguei um filme na minha vida. gosto compro e pronto. não tenho paciência para ver o que quer que seja com tempo marcado. para horários a cumprir já me basta o emprego e mesmo aí tenho a sorte de ter horário flexível era agora o que me faltava estar a ver o que quero quando o dono ou empregado do vídeo clube quer que eu veja. não me faltava mais nada senão ter um desconhecido a mandar na minha vida. é claro que isto é tudo um exagero do caraças mas quem me lê sabe que sou assim exagerada. em tudo. no amor na raiva na amizade nos ódios de estimação. nada a fazer. assumo que sou assim. e mais. assumo também que gosto de ser assim e não saberia ser de outra maneira. o que tinha para dar já dei. agora é assim. tudo isto só para vos dizer que revi Mar Adentro o tal filme que conta a estória verídica de um paraplégico que durante 28 anos lutou com a justiça espanhola para ter o direito a uma morte assistida e digna. perdeu a batalha mas valeu-lhe o amor de uma mulher que o ajudou a morrer. e dos amigos. e este filme faz-me pensar que realmente não basta muitas vezes uma família unida em torno de nós que nos dá carinho e amor que nunca se queixa do trabalho redobrado... estar anos sem fim numa cama ouvindo o mar de recordações beijando alguém de lembrança não chega para se dizer que se tem uma vida digna. a eutanásia devia ser permitida. em todo o mundo. como se pode compreender que num mundo onde ainda existe a pena de morte não haja o direito de escolher o dia e hora a que se quer morrer?
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