e tal como Vinicius não mais que de repente pergunto-me o que fiz da minha vida... agora que começo a pensar que a eternidade não é para mim pergunto-me o que fiz da minha vida e se ainda terei tempo de fazer alguma coisa que valha a pena. para além dos amores das paixões dos filhos da família dos netos o que fiz da minha vida que realmente valha a pena. que importância tem as pequenas vitórias do dia a dia. que é que eu posso dizer que fiz de que possa realmente orgulhar-me... nada. o meu neto mais novo acaba de me oferecer um desenho e emociono-me porque apesar de viver tão longe sempre se lembra de mim e fala a minha língua para além da língua materna. olho para os meus filhos penso nos meus avós no meu pai na minha irmã também desaparecida tão cedo e penso que as minhas avós tiveram sorte. viveram muito tempo. tiveram netos bisnetos e trisnetos. o meu pai apenas netos e um bisneto e a minha irmã só conheceu o primeiro neto. eu tenho dois netos fui despachada como em tudo na minha vida. por isso agora penso que não tardará muito que deixe para trás tudo e todos. quero acabar de ler uns livros que ainda não li mas sinto-me tão cansada. como se o peso do mundo me caísse em cima dos ombros e o sono fosse a única coisa importante que me resta fazer. não morrerei jamais. mas vou dormir um sono muito longo. e vai saber-me muito bem descansar.
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