09 novembro, 2008

o amor é apenas um lugar estranho


não deves continuar por aí à espera que eu volte. se eu fosse criminosa nunca seria apanhada pois nunca voltaria ao lugar do crime. sabias que seria assim eu disse-te que seria como tinha que ser. tal como começámos assim sem saber muito bem porquê nada de realmente sério uma coisa assim mais para o higiénico assim terminou. cada um de nós pode e deve ir higienizar para outro lado. eu tinha-te dito que estou acostumada a mergulhar nadar e sair em busca de um canto onde possa estar a sós comigo mesma. é assim que sou feliz. quando a solidão junto de ti começou a pesar mais do que tudo esse tudo que não existiu nunca no fim de contas não temos nada em comum não gostamos das mesmas coisas não lemos os mesmos livros não vemos os mesmos filmes eu aceito o que a vida me dá e não luto contra isso o que tiver que ser será mas tu estás sempre à espera de mais e se alguma coisa não corre bem a culpa nunca é tua. quando a minha casa foi assaltada eu tive uma certa dose de culpa na medida em que tinha deixado a porta no trinco. quando me roubaram o telemóvel eu tive culpa porque o transportava de modo a ser convidativo levá-lo e desaparecer. eu sei. e aceito a minha parte da culpa no que podes estar agora a sentir em relação a tudo o que se passou. mas gostava que reflectisses um pouco naquilo que te disse. desaparece apenas da minha vida. não me procures não tenhas saudades enterra-me sem flores nem sermões. afinal de contas o amor é apenas um lugar estranho... onde é que eu já ouvi isto?

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