21 novembro, 2008

não quero ajuda. ponto final


mais um dia. cada dia mais difícil de viver do que o anterior. agora os meus pais não me dão dinheiro nenhum e tu também não. vasculho tudo em casa à procura e não consigo perceber se não tens mesmo dinheiro ou se o escondes tão bem que não o encontro. mas acho difícil. afinal somos só nós aqui em casa e eu conheço-lhe todos os cantos. deves andar com o dinheiro todo contigo ou levantas tão pouco que quando entras em casa não resta nada. é cada vez mais difícil arranjar algo que possa trocar por um pouco de branquinha. e se o faço vens logo com quatro pedras na mão acusando-me de ter levado o que vai desaparecendo e que tenha alguma utilidade para mim. percebo que não queres dizer claramente que sou uma ladra que não passo de uma ladra porque me amas ainda mas no fundo envergonhas-te por viveres com alguém capaz de mentir roubar enganar a todo o instante. de viveres com alguém que todos os dias promete que vai mudar porque te ama mas que te troca por um charro ou um pedacinho de pó. porque a felicidade está ali. cada vez mais está ali. porque se entro em casa começas logo a acusar-me e eu descontrolo-me e digo o que não devo e tu não acreditas mas é verdade quando eu digo que vou mudar. é verdade quando eu digo que não estou "agarrada". é verdade. porque naquele momento em que to digo eu acredito. acredito que posso deixar a droga quando quiser. mas agora neste momento em que escrevo mais um papel para queimar sei que jamais deixarei o prazer que me é proporcionado por ela. e é por isso que este papel vai ser queimado. porque só serviu para me exorcizar. será feito em cinzas para que não saibas que nos meus momentos cada vez mais raros de lucidez eu sei que tu os meus psi os meus amigos têm razão. eu não vou deixar de fazer o que faço sem ajuda. e eu não quero ajuda. ponto final.

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