01 novembro, 2008

mulheres


uma manhã fria mas bonita. caminhando à hora das gaivotas vejo apenas uma. afasta-se de todos os humanos mas quando eu passo aproxima-se. penso que ela pensa que eu sou uma gaivota. como ela. ou simplesmente como todas as outras aves não foge de mim. já me explicaram porquê. na altura achei um pouco estranho mas na verdade nunca me tinha apercebido que as aves não fugiam de mim. portanto a gaivota pura e simplesmente não fugiu só porque não. na altura pensei que ela me reconhecesse como sua igual. e reparem que eu aplico o verbo reconhecer e não confundir. agora é que estou a escrever e a clarificar o que senti na altura. mais adiante o homem que saiu de um filme de terror passa por mim de calções tipo boxer que é o que ele parece óculos escuros e gorro de lã na cabeça. se calhar tem frio na cabeça porque a usa rapada... se calhar. não reparei se tem o corpo depilado mas de qualquer forma os homens de raça negra não costumam ser muito peludos... mas hei-de reparar. faz umas piruetas para descontrair penso eu. depois um homem e seu perdigueiro na praia. o bicho não pára. fareja tudo à sua volta e perto dele está um casal de namorados muito jovens. ele parece mesmo um menino. nem barba tem. observo e penso que ela está zangada com ele e ele tenta acalma-la e de vez em quando lá consegue um beijo. mas logo de seguida ela continua a mostrar-se amuada. pois é amigos homens. mulheres!

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