hoje ter-te-ia dado um livro provavelmente o último do Saramago que ainda não tenho nem li. havias de ralhar comigo como sempre dizendo que eu não devia gastar dinheiro contigo em prendas que os meus beijos bastavam que a minha presença é que era importante e eu havia de rir e dizer não vês que eu estou a dar-te um livro para que depois de leres tu mo emprestes? e tu dirias pronto está bem és tão teimosa não vale a pena repetir as mesmas coisas... que repetias pelo Natal pelo dia do Pai e pelo teu aniversário. as saudades que sinto hoje são as mesmas de sempre quer dizer são sempre maiores à medida que o tempo passa mas nesta altura instala-se-me um nó na garganta porque tu já não estás aqui para te dar um beijo e um livro e rir com as tuas estórias que nunca sabia se eram ou não de verdade. a mãe tem lido todas as cartas que lhe escreveste e eu tento convencê-la a deixá-las em testamento aos filhos e netos. afinal que herança maior podemos ter nós que te amámos tanto senão guardar para sempre aquilo que escreveste aquilo que pensavas sobre cada um de nós as saudades que expressavas sempre que estavas longe. hoje como ontem estás aqui. muito perto de mim. muito perto de nós que te amamos. sempre. para sempre. feliz aniversário pai.
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