quando passei pela primeira vez estavam as duas em cima da rocha olhando-se como quem conversa de coisas do dia a dia de cada um. mas tinham um ar terno um olhar de atenção e os seus olhos não se largavam. eu vi e sei o que vi e gostei do que vi.
passei pelo homem feio das cicatrizes e tatuagens. ia com uns calções muito curtos e corria o que lhe retira o ar ameaçador de gangster. pareceu-me um homem quase normal se esquecer o desenvolvimento da sua caixa torácica mas nisso eu já tinha reparado mesmo quando o via sempre vestido. mais uma vez não consegui ver-lhe os olhos. corria de óculos escuros e pensei que era estranho porque sempre o vi andando com aquele ar de não se metam comigo que eu sou mau sou muito mau basta olharem para o meu andar e para as cicatrizes da minha cara. e não voltei a vê-lo. é capaz de ter ido a correr até Marte quem sabe?
quem vi de novo foram as duas gaivotas. sim eram gaivotas em cima da rocha. só que agora uma delas deixara de olhar para a outra. virara-lhe as costas como quem está magoado ou amuado e olhava o mar. e eu pensei cá para mim vai passar é só um arrufo de namorados.
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