29 setembro, 2008

sendo assim fico por cá


comecei o dia a caminhar à hora das gaivotas. e era mesmo a sua hora pois encontravam-se por todo o lado na areia nas rochas sossegadas calada ou simplesmente conversando em voz baixa. pensei que no Algarve as gaivotas não estariam provavelmente tão sossegadas. e penso que afinal a culpa nem é delas mas dos homens que estão a acabar pouco a pouco com o que resta do planeta azul. o meu planeta é azul. embora se chame Terra é azul. azul como o mar que contrasta com o branco das gaivotas. ninguém se lembra de uma situação idêntica há muitos anos no Algarve. na realidade sempre foram costumeiras as cheias no Ribatejo e os fandangueiros até gostam. ano de enchente é ano de fartura. mas agora o que se passa é que as enchentes se passam nas cidades no Porto à beira Douro em Lisboa à beira Tejo no Algarve à beira mar. o homem tem feito tanta asneira que até conseguiu mudar o clima. há pouco tempo eu sabia que a Primavera estava a chegar porque era acordada pelas andorinhas. e ficava toda contente porque sabia que vinha aí o bom tempo. as folhas caídas anunciavam a chegada do Outono e eu ficava triste porque o bom tempo acabava. mas hoje já não sei quando é que começa cada uma das estações do ano. creio que dentro em pouco voltarei à infância e viverei neste país como vivia em África com apenas duas estações do ano. será que por lá passarão a existir quatro estações? é que se assim for prefiro ficar por cá.

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