aquelas pessoas todas em círculos perdidas no meio do nevoeiro em cima da rocha das gaivotas tentando tornar-se gaivotas e assim talvez achar o rei olham-me quando chego mas não consigo perceber porque andam sempre em círculos porque não conseguem parar olhando sempre para o chão com medo de magoarem os pés descalços e tentando levantar voo sem sucesso. com um bom dia alto consigo fazer com que um deles pare e olhe para mim. pensa que não estou bem que alguma coisa se passa comigo uma vez que me sentei e olho o céu no meio do nevoeiro e naquele momento olho-o nos olhos e percebo que a alma dele não está ali e penso que será que se conseguir transformar-se em gaivota perderá mesmo a alma ou não conseguirá jamais transformar-se e mesmo assim não recuperará a alma como castigo por querer ir tão longe. penso que é provável que isto aconteça se houver um deus na sua vida. um deus que seja mesmo deus daqueles que tudo podem e não apenas uma criatura normal nascida de pai e mãe como toda agente. ou talvez ele queira ser gaivota porque deixou de acreditar em deus e precisa de voar voar longe voar já. faço-lhe perguntas mas olha-me como seu eu fosse louca percebe que não pertenço àquele lugar e não responde. fica com um sorriso parado na boca quando sorrio antes de me afastar. um sorriso que é meio de gente meio de gaivota. será que as gaivotas também sabem sorrir ou será que apenas sabem gritar? então porque é que há cada vez mais gente a querer ser gaivota em vez de gente? será que dá menos trabalho ser gaivota ou será mesmo por falta de emprego e por falta de ter o que fazer como eu neste momento?
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