pensávamos que existíamos e afinal era pura ilusão vontade existir de verdade mas não realidade. não sei explicar como foi o que aconteceu como nos enredámos nas nossas fantasias queria saber mas não sei. de um momento para o outro deixamos de nos ver. olhávamos um para o outro mas nenhum de nos estava lá. como se tivéssemos chegado de pontos diferentes de Marte e regressado a Marte cada um à sua vidinha sem importância e triste. como se afinal tivéssemos cegado de repente... foi assim.
a nossa estória fez-me lembrar a estória da dona Pequenina que eu pensava ser alcunha mas afinal era mesmo nome. a dona Pequenina era pequenina como o nome que carregava desde que os pais lho puseram. mais tarde casou com um homem que não era pequeno nem grande era apenas um homem de que ela gostava muito e que gostava muito dela. viveram muitos anos sendo felizes e brigando, tiveram filhos e foram envelhecendo. o marido da dona Pequenina começou a deixar de a ver. primeiro via-a cada vez mais pequenina e foi ao oftalmologista mas estava tudo bem e então ele pensou com certeza a Pequenina está diminuindo de tamanho. até que um dia chegou a casa e a Pequenina não estava. ou ele não a via. ainda chamou por ela mas como não ouviu resposta resolveu meter o essencial num saco de viagem e partir para Marte.
como nós.
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