28 junho, 2008

Sobre a gente que povoa o nosso mundo.


Nelson Mandela que passou os melhores anos da sua vida na prisão por lutar contra o racismo e a xenofobia está a ser homenageado em Londres, com um concerto que pretende parabenizá-lo pelos seus quase 90 anos mas sobretudo para angariar fundos para a sua fundação contra a SIDA. Mandela é um homem negro. Brilhantemente negro! Ao contrário de Mugabe que é definitivamente um homem de cor.
Bill Gates sobre quem aqui escrevi ontem é um homem branco. Brilhantemente branco. Ao contrário de Condoleeza Rice que é definitivamente uma mulher de cor.
Os exemplos sobre esta brilhante teoria de Luís Sepúlveda são incontáveis. Na verdade o mundo está cheio de brancos e negros, mas também de muita gente de cor. E essa gente não interessa a ninguém.
Tenho vindo a ter em atenção um colega que conheço há muitos anos mas com quem nunca tinha trabalhado. Só conseguia ver nele as coisas más e de repente descubro que às vezes ser competente é menos importante que ser amigo, gentil, cavalheiro e bom escutador... Entrou na minha lista de homens brancos. Não brilhantemente branco mas com certeza não é um homem de cor.
A vida tem-me ensinado que muitas vezes a primeira impressão que temos das pessoas não é correcta. Porque afinal todos andamos a representar um papel e às vezes o papel que representamos não é realmente a nossa personalidade. Há quem esconda o seu lado bom e quem esconda o seu lado mau. Eu não sei se sempre consigo, mas tento mostrar sempre o meu lado lunar como diz Carlos Tê. É melhor que as pessoas descubram por si o que temos de melhor e se surpreendam pela positiva do que descobrirem que afinal as pessoas excepcionais que pensavam que éramos é apenas uma representação para que a sociedade nos aceite como brancos ou como negros. Afinal acho que ninguém gosta de ser considerado de cor...

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