05 fevereiro, 2008

Do mais moderno que não há.



Quando eu fiz 8 anos, a minha mãe, pela primeira vez que me lembre, não me comprou roupa! Comprou-me uns belos patins com rodas de madeira. Fiquei tão encantada com os patins que não queria saber de fazer os trabalhos da escola, não queria saber de ir à escola mas, já que tinha que ir, não percebia porue não me deixavam ir com os meus belos patins com rodas de madeira!
Pois então: um dia calcei os meus patins e fui visitar os meus amigos, os irmãos Toni e Zezo que continuavam morando na mesma bela vivenda, enquanto eu tinha mudado de casa embora para bem próximo daquela em que tinha crescido até então e que era defronte da deles.
Quando os meus amigos viram os meus patins ficaram roídinhos de inveja... ah pois ficaram! Que naquele tempo os miúdos não sabiam de computadores embora eles já existissem nem de vídeo jogos e outras coisas que hoje os prendem em casa e deixam os pais muito felizes, porque em casa segundo eles as crianças estão em segurança. Não estão, pronto, mas isso são outros quinhentos... Agora voltamos à estória dos meus patins com rodas de madeira e aos meus amigos do bairrio da CAOP em Luanda.
Emprestei os patins, só por um bocadinho é verdade, a cada um deles. A experiência foi de tal modo fantástica que quando chegou o senhor Ferreira, madeirense que era pai de vários filhos, sendo que estes meus amigos era os mais novos, um deles disse logo ao pai, agora pelo Natal pai, quero uns patins como estes.
O senhor Ferreira, observou os patins com toda a atenção. Mirou-os e voltou a mirar. Pegou neles, sopesou-os e respondeu ao filho, pelo Natal vou dar-te uns patins dos mais modernos que não há!
Esta estória tem-me vindo à memória, a propósito do socialismo de José. Diz ele que é socialismo moderno. A mim parece-me que é socialismo do mais moderno que não há.
E vocês que acham?

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