Há coisas que confessamos só nós a mesmos ou a amigos muito especiais. Pois há. E foi por isso que hoje confessei à filha de Pepe que esta semana pensei várias vezes que me resta pouco tempo de vida e no entanto esse pensamento deixou-me tranquila, logo eu que sempre gostei de acreditar na imortalidade ou como dizia o Professor Agostinho da Silva "a gente não tem certeza de nada, nem de que vamos morrer. Sabemos que outros morreram mas não podemos afirmar que um dia isso nos acontecerá".
E esta ideia do Professor sempre me deixou muito tranquila em relação à minha imortalidade. E depois que o José chegou ao poder e nos pôs a trabalhar até cairmos de podres, ainda mais. Queria viver muitos anos para poder usufruir muito mais tempo de reforma do que aquele que trabalhei, pois então, já se sabe como sou tinhosa, nada a fazer.
Por isso me surpreendi a mim mesma quando pensei que o meu fim pode estar próximo, pode estar a 1 ano, um mês, um dia, um minuto, e eu estou aqui tranquila, pensando que afinal, morrer não deve ser assim tão mau, pelo menos para quem como eu acredita que não terá que voltar a este mundo e fazer tudo de novo.
Acho que há em mim uma costela alentejana que prefere ficar descansada seja lá onde for do que ter que voltar a viver todos os desgostos de novo.
Tranquila. Muito tranquila. Como um miúdo que conheci e que respondia sempre que lhe perguntavam o que queria ser quando fosase grande, quero ser aposentado. Eu também gostava de um dia ser aposentada. Mas se não puder chegar lá está tudo bem na mesma. A gente nem sempre pode ganhar. Nem mesmo quando se é tão tinhoso como eu.
O outro é que tem razão. Com tranquilidade!
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