03 fevereiro, 2008

Carnaval? Não é comigo.


O primeiro carnaval de que tenho lembrança, teria 4 ou 5 anos e acho que me ficou na memória pelo medo que senti. Vivíamos em Luanda e o meu pai decidiu levar-nos a ver o cortejo dos "cabeçudos". Lembro-me perfeitamente de estar perdida de medo às "cavalitas" do meu pai...
Depois lembro-me de um carnaval em que a minha avó insistiu em vestir-me de Cleópatra... pois então: nem mais nem menos. Eu que nunca gostei de me mascarar, depois de ter pousado para a fotografia fui par o quintal do vizinho que tinha uma frota de táxis e o quintal cheio de óleo no chão. Também existia um baloiço, do qual caí, assim sem querer estão a verr... e lá se foi o fato da Cleópatra e eu voltei a ser a menina que gostava de brincar com os rapazes da rua e que era muito respeitada porque era a única. As raparigas da rua tinha todas mais 7 ou 8 anos que eu, portanto eu só brincava com rapazes e geralmente brincadeiras de rapazes...
Mais tarde comecei a gostar do Carnaval porque ia para a farra. Gosto de dançar e nessa altura dava tudo por uma boa farra como se diz na minha terra. Então saía de casa ao sábado à noite e regressava na tarde de quarta feira de cinzas, completamente exausta e com o corpo cheio de sol e mar pois se de noite dançávamos ao amanhecer íamos tomar banho de mar e depois ficávamos a dormir estendidos na areia da praia, petiscávamos qualquer oisa, voltávamos a nadar e à noite repetia-se a farra...
Desde que voltei nunca mais gostei do Carnaval. Não achava piada aos ovos e outras parvoíces, como balões de água, etc, etc. Em S. Miguel nos Açores fui no primeiro ano à festa das limas. Não consegui perceber como é que as pessoas se conseguem divertir percorrendo a marginal de Ponta Delgada fechadas dentro dos carros, enquanto os transeuntes atiram com limas que se desfazem nos vidros e chapa dos automóveis... mas enfim, deve ser o meu mau feitio. Porque se as pessoas se divertem tanto alguma graça deve ter... quem sabe um dia volto e descubro... talvez eu fosse demasiado nova na altura para perceber.
Não repeti mais nenhum Carnaval. Geralmente faço o meu dia a dia ou tiro a segunda feira de férias (como este ano) para fazer férias ou tirar partido do tempo livre para fazer coisas que não tenho tempo na correria do dia a dia... se bem que eu vivo bem devagar. Gosto de olhar ao meu redor, gosto de caminhar e gosto, como hoje, de festejar aniversários.

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