21 fevereiro, 2008

Assim não dá.


Há muitos anos que a maior parte de nós (portugueses) vive acima das suas posses. A certa altura passou-se do 8 para o 80. Lembro-me perfeitamente que os meus pais, embora vivendo bem, não nos davam a maior parte das coisas que queríamos e que, já nessa alrtura os nossos amigos tinham.É claro que vivíamos em Luanda onde as pessoas ganhavam bem e não em Lisboa. E por isso quando eu vinha cá de férias estranhava a vida das minhas colegas de escola. Lisboa parecia-me realmente a capital de um país pobre e via Luanda como realmente a cidade luz do país que então era constituído por tantos territórios...
Pois acontece que as pessoas de há uns anos para cá começaram a viver como se vive no mundo capitalista... só que não tinham capital.
Lembro-me que nos anos 80 o meu irmão que estava a viver em Espanha contava espantadíssimo que os Bancos passavam a vida a oferecer-lhe crédito... eu também me espantava... mas não demorou muito tempo para que o mesmo viesse a ocorrer aqui neste pedacinho à beira mar plantado e que à conta disso e da febre consumista haja muito boa gente com a corda na garganta.
Esta prosa toda veio-me à cabeça a propósito do que se passa na Câmara Municipal de Lisboa que, pelos vistos seguiu as pisadas de muitos portugueses e viveu durante anos à grande e à francesa. A lei das finanças locais foi mudadada, os autarcas reclamaram mas não serviu de nada. E agora, que à frente da CML se encontra o ex nº 2 do governo de José, o homem por muito boa vontade que tenha não tem meios para pagar as dívidas acumuladas. É calro qe no meio disto, quem se lixa mais são as empresas a quem a CML deve milhares de euros. Muitas delas já terão aberto falência e outras vão a caminho...
Agora por mais que custe a acreditar sei que há Cãmaras neste país que pagam aos fornecedores a 30 dias... isto é tal e qual como governar uma casa. Há que ter cuidado e não dar um passo maior que a perna... Se não há dinheiro para um carro novo há que ir aguentando o velho, se não se pode ir de férias pois, mais vale ficar em casa que ficar com a corda na garganta o resto do ano... o problema é que há muita gente que vive de aparências e não pode ter menos que o vizinho... isso é que não pode ser, de maneira nenhuma.

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