31 janeiro, 2008

De volta à infância.


Pois é Barrábas. Ainda hoje depois de falar contigo comecei a pensar que não faço ideia de como nem quando nem quem te deu essa alcunha. A verdade é que só me lembro do Nando muito pequeno, quando brincávamos aos festivais da canção com o Euclides que se esganiçava até à exaustão. Lembro-me de pensar que as veias dele iam rebentar de tal modo arroxeavam no seu pescoço pequenino. Lembras-te?
Mais tarde alguém passou a chamar-te Barrábas, talvez o Zé que sempre foi o teu melhor amigo, embora tu fosses muito mais "certinho" que ele. De qualquer modo os dois e outros como o Lito e o Zé Maria aprontavam das boas. Sabes que costumo ver a série "Conta-me como foi" e para mim o Carlinhos é o Zé eos outros dois tu e o Lito. O Zé arranjava sempre maneira de se safar e vocês ficaram algumas vezes bem encravados...
E crescemos, ficámos para sempre entre nós a Bebé e o Barrábas. Estamos juntos poucas vezes e quase sempre por más razões. E olha que realmente, nós até nem trabalhamos assim tão longe um do outro que não pudessemos de vez em quando almoçar juntos... lembras-te de te ter falado no restaurante da Av. da Repúbloica que faz moamba uma vez por semana? Vou saber qual o dia e havemos de combinar um almoço, afinal temos tantas coisas de que falar, do que vivemos em miúdos e de todo o tempo que soubemos tão pouco um do outro. E eu recordo sempre com alegria o que fazíamos.
Já vi que continuas a ser curioso uma vez que foste descobrir o meu espaço aqui na blogoesfera sem que eu te tivesse dito que tinha este espaço. É que quando tu escrevias "eu não tenho amigos/e os meus pais dão-me figos", pelos 12 ou 13 anos talvez, eu também escrevia poesia... só que não a mostrava porque eu não era capaz de fazer rimas e então achava que aquilo não era poesia de verdade... hoje sei que a prosa e a poesia andam muitas vezes de braço dado e o que conta é o que nos vai na alma... De qualquer modo criei este espaço como forma de evasão. Toda a vida escrevi para mim. Agora escrevo para quem me quiser ouvir. Por aqui vou contando mágoas e alegrias, satirizando a vida, contando velhas estórias de que tu também fazes parte.
Obrigada por teres descoberto este espaço. Obrigada por teres gostado deste espaço. Se eu te disser que o Zé não sabe que este espaço existe acreditas? É que eu continuo a ser o mesmo bicho do mato com pretensões a gente sem vergonha.
Aquele abraço.

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