24 janeiro, 2008

Cada um tem o que merece.


Milhares de funcionários públicos franceses saíram hoje às ruas pelo aumento do poder de compra. Em Portugal quando se marca uma manifestação aparecem sempre os mesmos (admito que não faço parte dos mesmos) e quando toca a fazer greve parece que os mesmos são ainda menos... (aqui eu sou das que fazem todas).
Em França os trabalhadores privados apoiam as manifestações dos funcionários públicos. Toda a gente percebe que não se pode ser bem servido por gente que recebe salários de miséria... é por isso que volta não volta vêem à baila os casos de corrupção, que se sentem em todo o lado mas que são mais evidentes nas autarquias e nas forças policiais. Creio que se fossem mais bem pagos a tentação seria bem menor. Não estou aqui a desculpabilizar os corruptos nem os corruptores. Todos tiram partido de uma mesma coisa por falta de carácter, sem dúvida, mas creio que os salários de miséria também contribuem... não sei como é agora, mas ainda há pouco tempo quem quisesse ver um assunto bem resolvido e depressa, untava as mãos dos então contínuos... sempre foram mal pagos. Hoje mudaram-lhes o nome mas continuam a pagar salários indignos para não dizer coisa pior...
Para terminar: em Portugal quando o governo decide que os culpados da situação são os funcionários públicos, os outros aplaudem. Só deixam de aplaudir quando lhes toca também a eles, como os casos da Justiça, Saúde e Educação. É claro que estou a falar da generalidade pois sei que hoje já muita gente percebeu que o funcionário público não passa de um bode expiatório para o governos... os sucessivos governos melhor dizendo. A diferença entre Sarkozi e Sócrates... o primeiro faz política de direita e assume-se como um homem de direita (os franceses não deixarão que faça tudo o que quer) e Sócrates faz política de direita mas quer fazer de conta que é de esquerda... (os portugueses deixarão que o homem continue a fazer tudo o que não prometeu e a deixar na gaveta as famosas promessas eleitorais de esquerda).
Cada um tem o que merece.

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