14 dezembro, 2007

não sei quê, tá-se bem, tás a ver...


Leio as últimas linhas de "O meu nome é legião" no metro e então apercebo-me de que há duas adolescentes em pé ao pé de mim numa grande "falação" e já vos digo porque é uma falação e não uma conversa... passo a transcrever o que ouvi
e então o fábio convidou-me para ir com ele e não sei quê e eu disse tá-se bem tás a ver e então ele disse que a raquel e a mafalda também iam e não sei quê e eu disse tá-se bem tás a ver mas então quantos carros vão e não sei quê e ele que iam três tá-se bem tás a ver e lá fomos curtir, quando chegámos ao bar continuámos a conversar e não sei quê, tá-se bem tás a ver e entornámos uns shots e não sei quê e tá-se bem... depois, não sei quê desencontrámo-nos mas tá-se bem, tás a ver... e saíram da carruagem
tá-se mesmo bem.
Agora por favor, aqueles que conseguiram ler e entender alguma coisa desta conversa e dizem que não conseguem ler António Lobo Antunes, esse génio que me enche o espírito, a alma e o coração, com cada um dos seus magníficos romances, pegue num livro do Homem! É que o que ele escreve não é não sei quê, tá-se bem, tás a ver: são romances com estórias da vida real e quem consegue entender o que a rapariga contou à outra consegue com toda a certeza ler "O meu nome é legião". Mais um grande romance de António!

1 comentário:

Paula Crespo disse...

O problema é que o António - e outros quejandos - não faz parte do mundo deles (também, em abono da verdade, não sei se o António quereria fazer...).
Bom blog. Gostei.
Uma boa semana!