Quando me ofereceste o CD com as palavras que nunca mais me dirás, soube que as ouviria para sempre... soube que nunca mais as dirias mas que eu as ouviria sempre, para sempre, embora para sempre seja sempre longe demais... o que tivemos foi muito mais do que a maior parte das pessoas pode contabilizar na sua vida. 17 anos de paixão não é coisa de que qualquer um se possa gabar. E como foi possível? Graças a ti que estavas sempre presente, que nunca te cansavas de conversar, de rir de me dizer várias vezes ao dia, amo-te, quero-te e eu acreditava quando o dizias, sempre que o dizias porque sabia que era verdade, que era a maior verdade à face da terra, aquela que nunca ninguém poderia desmentir, aquela em que acreditaria, acredito para sempre... porque tu eras de verdade. Se eu voltava do cabeleireiro com o cabelo curto era um drama, só o fiz uma vez, tu não disfarçavas, por mais que eu te dissesse, vai crescer daqui a 2 meses já tenho imenso cabelo outra vez, tu nada, mudo e quedo, foram os dias mais difíceis da minha vida... mas duraram tão pouco se comparados com todo o tempo que vivemos juntos, com tudo o que passeámos, com tudo o que rimos, de tudo e de nada e até de coisa nenhuma...
Quando dizias meu amor, eu sabia que era verdade. E eu nunca mais disse meu amor a alguém do mesmo modo que te dizia a ti... porque aquilo era mesmo um sentimento de verdade, algo que cultivávamos que queríamos que crescesse... e cresceu, amadureceu e mal me apercebi que estava a apodrecer decidi terminar... decidimos eu acho... não foi propriamente pacífico mas rapidamente percebemos que não podíamos deitar fora tudo o que vivemos juntos e transformámos o que tínhamos em amizade, companheirismo, atenção, cuidado com o outro... estás bem, as férias foram boas, como está tudo... temos saudades um do outro mas já não é aquela coisa que doía no corpo. É um sentimento fácil e bom que se desvanece quando nos encontramos... e um dia destes vamos almoçar juntos... outra vez.
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