19 setembro, 2007

O malandro do meu marido.

Estou casada há 20 anos com o mesmo homem. O meu marido é um sedutor. É o que sabe fazer melhor: seduzir. Tão bem que ao fim de 20 anos, quatro filhos e dificuldades tremendas para sustentar a casa, continuo casada e a sustentar toda a situação.
Hoje vim aqui porque estou muito zangada mas não sou capaz de lhe dizer. Vim aqui contar o que ele me fez. Venho desabafar. Se quiserem fazer o favor de me darem um minuto do vosso tempo...
Tenho uma colega que se tornou minha amiga. Por razões que não vêm ao caso ficou sem casa. Falei com o meu marido para que ele permitisse que ela ficasse o tempo de que necessitasse em nossa casa até resolver a situação. Ele passou-me a mão pelo cabelo, deu-me um beijo na testa e disse, claro querida, tu e o teu bom coração, faz como achares melhor.
Hoje encontrei-os na cama. Na minha cama. O meu marido e a minha melhor amiga... Saí sem que dessem por mim. Fui fazer perguntas a outras colegas e fiquei a saber que quando veio cá para casa a Amélia (é assim que ela se chama) já era amante do meu marido. Fui levada a oferecer-lhe a minha casa e a possibilidade de estarem juntos sem dificuldade.
Contei aqui só para desabafar. Não vou dizer nada ao meu marido. Vou continuar a sustentar a casa e os filhos. Arranjarei uma maneira de pôr a Amélia fora de minha casa sem que ele vá com ela? É isso que agora me preocupa. Não consigo olhar para ela mas tenho medo que ele me abandone. Tenho medo que ele parta com ela. Como poderei continuar a viver sem as palavras bonitas que ele me diz todos os dias? Não sei viver sem o ouvir mentir. Gosto das mentiras dele. Não suportarei se ele ficar em silêncio, se desaparecer se for com ela.
Vim aqui só para desabafar... e tentar não perder o malandro do meu marido.

2 comentários:

Bartolomeu disse...

Maria Eduarda,(Baby) excedes largamente os padrões daquilo que eu considero uma mulher inteligente.
Depois... e focando-me no "assunto" que preenche o teu texto, teço 2 considerações:
Parece-me, pela minha experiência de vida, que durante o período em que o casal permanece junto, acontecem sempre situações de "adultério" mais ou menos efectivas, mais ou menos marcantes, mais ou menos mantidas, mais ou menos ultrapassadas. Por vezes confessadas, por vezes mantidas em segredo, por vezes descobertas, por vezes aceites, por vezes motivo de separação.
Perguntarás, como é que é possível manter uma relação com a pessoa que sabemos andar a enganar-nos?
Eu digo: enganar é sempre subjectivo e prende-se ainda com conceitos éticos e morais que em determinado momento, inceridos em determinado contexto, podem possuir uma dimensão avassaladora, ou podem não ser valorizados.
Se a personagem da história fosses mesmo tu e pretendesses conhecer o meu pensamento acerca desta situação ( :-) ) eu diria: Se (tu) aprecias tanto as palavras que ele te dirige todos os dias, os afagos que te faz nos cabelos, a forma como te ama, aceita e partilha a Amélia, depois de ultrapassada a fase de adaptação vais passar a retirar dividendos da situação.
1º dividendo e mais importante: o teu marido vai passar a amar-te e a respeitar-te mais, porque reconhece que a tua atitude foi de verdadeiro amor.
2ª dividendo: o teu marido vai passar a estar mais tempo em casa e por conseguinte irás usufruir mais dos seus carinhos.
3º dividendo: Como apesar da compreensão, o teu papel é sempre o da vítima, tanto o teu marido como a Amélia, vão fazer os possíveis para te compensar, desde que demonstres carácter e personalidade, logo, passarás a usufruir da atenção deles e da ajuda da Amélia para os afazeres domésticos e provávelmente a comparticipação nas despezas de casa, o que é de todo esperável.
4º e último dividendo: aqui vamos referir-nos ao aspecto sexual. Tens duas opções: ou determinas dias certos para teres a exclusividade do teu marido, o que à partida te empurra para uma situação de competição com a Amélia, vais ter de ser mais estimulante que ela, para que o teu marido se empenhe com mais interesse em satisfazer os teus desejos. Ou então criam uma equipe mista, onde todos os jogadores, xutam para a mesma baliza (neste caso as duas balizas "abrem-se" para o mesmo xuto hehehe). Poderá, dependendo do empenho que todos os "membros" da equipe coloquem nas jogadas, acontecer Jogos e campeonatos que ficarão na história...
A propósito, vou contar uma história que sucedeu a um amigo meu. Ele morava num prédio creio que em Carnaxide com vários andares e elevador, tinha-se divorciado e a hora de sair para o emprego, coincidia com alguma frequência com a hora de uma vizinha de um andar de cima (casada), o que fazia com que se encontrassem no elevador. Como a vizinha era jeitosáça e o gajo já andava a sêco ha um tempo, as viajens com a rapariga começaram a fazer-lhe cócegas, mas aguentáva-se, por ela ser casada. Porém houve um dia que ela lhe deu bola e diz ele que sem perceber como, deu por ele a beijar a vizinha e a apalpá-la que nem louco. Quando saíram do elevador combinaram uma hora para ele ir visitar a vizinha em casa dela. Ele tentou que fosse em casa dele mas ela insistiu. Como o gajo estáva mais que enrrebarbado, acabou por concordar.
Resumindo, lá foi visitar a moça e o que aconteçeu foi que a meio da brincadeira o marido dela entra no quarto já perparadinho para a festa e não foi de modas, atracou de pôpa no meu amigo.
Resumo (agora é que é mesmo o resumo)Somos amigos já desde o tempo de escola e aquele fulano já passou pelas mais escalabrosas situações de vida, drogas inclusivé, excepto aquela. Então perguntei-lhe como é que tinha resolvido a "coisa". Respondeu-me que continuava a ir a casa da vizinha, a grande dúvida dele é que já não sabia se ia só pela vizinha ou se ia também pelo marido. Confesso, mas confesso mesmo, fiquei sem saber o que lhe devia responder.

lenor disse...

Não sei que dizer que possa ajudar.Isto quando só um é que é malandro, é uma chatice.