12 setembro, 2007

Educar é urgente.

É realmente quando começa o ano lectivo que se começa a sentir a agitação da cidade. Hoje foram poucos os estudantes que começaram mas a partir da próxima semana sentiremos com certeza o efeito do começo do ano lectivo.
Ontem o Bartolomeu falava em bombinhas de mau cheiro que se punham nas salas de aula pelo carnaval. E outras diatribes que todos nós fizemos mais ou menos inocentes.
Hoje é com certeza muito difícil ser professor na maior parte das escolas do país. O ensino democratizou-se e ainda bem mas os pais não têm tempo ou não querem educar os filhos, delegando nos educadores e professores a tarefa que lhes compete em primeiro plano.
Não me parece que seja possível a um professor ensinar o que quer que seja numa sala de aula onde os miúdos se divertem a conversar, a jogar game boy ou a falar ao telemóvel. Como também não me parece que o nível educacional do nosso povo, permita que os professores sejam avaliados pelos encarregados de educação. Como é que gente que despeja os miúdos em creches e escolas se pode achar no direito de avaliar um professor?
O ensino em Portugal não está, como seria de esperar cada vez melhor, mas antes pelo contrário. O nível de iliteracia é muito elevado. Há uma grande percentagem de gente incapaz de interpretar um texto simples.
Não sei como se poderá dar a volta a este estado de coisas, mas não me parece que despejar miúdos um dia inteiro na escola os vá tornar melhores alunos ou melhores pessoas (o que é sem dúvida muito mais importante). Também não me parece que aumentar a carga horária dos professores vá solucionar o que quer que seja. Estou convencida que uma boa parte deles adoecerá rapidamente e que o diagnóstico será quase sempre frustração.
Ainda bem que fugi ao que parece ser uma sina da minha família e cedo percebi que ensinar meninos não é com certeza o meu maior talento. Menos ainda, meninos mal educados.

2 comentários:

Bartolomeu disse...

Falta descobrir dois botões... o erase e o rewind.
:((

Maria disse...

Ainda não consegui fugir desta sina de educadora profissional...
Mas não desisti. Um dia irei conseguir e penso que nao terei pena,como diz O Poeta, de não trazer guardado o passado na algibeira...