22 setembro, 2007

Agora falo eu que fui casado com a Joana.

Chamo-me Vítor e sou de uma família do exército. O meu pai era coronel e nem os filhos nem os netos brincaram nunca com ele. Levava a disciplina para casa. Eu fui educado no colégio militar, onde aprendi a ser ordeiro e disciplinado e respeitador da moral e dos bons costumes. E cumpri tudo isso à risca enquanto não acabei o colégio. Depois, bem, depois foi o que se viu.
Éramos dois irmãos, a nossa mãe morreu muito nova e eu, como já disse passei a infância e adolescência internado naquele maldito colégio, a aprender a mexer em armas mas também a fazer a cama e a ter tudo arrumado. Até ao dia em que deixei o colégio como mais tarde verão.
O meu irmão é homossexual mas casou com uma mulher famosa de quem tem um filho. Depois ela apanhou-o com um gajo, pediu o divórcio e ficou tão traumatizada que só voltou a casar 40 anos depois, com uma rapazinho mais novo que ela 30. Achei muito bem.
Não é que eu não goste do meu irmão, que é assim um tipo todo muito bem educado tal como eu, mas com mais floreados, vocês sabem como é. Quem se dá muito bem com ele é a dona desta casa que me deu espaço hoje para poder contar as coisas como elas são. Que isto de começar estórias pelo meio como fez a minha Joana não se faz, que depois até parece que somos piores do que somos... não que eu seja um santo, isso não, mas também não quero que as pessoas fiquem pensando que eu nunca fiz nada na vida a não ser fazer filhos à minha Joana enquanto me entretinha com outras mulheres. Isso é que eu não quero. Por isso, amanhã vou continuar a contar a minha estória. Isto hoje, foi só para vos pôr a par do que foi a minha infância e juventude, para que percebam melhor porque é que a minha Joana tem tantas queixas de mim. Logo eu que sempre gostei dela...

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