07 agosto, 2007

Viver é preciso.

Recebi dois comentários mais ou menos sobre o mesmo tema: mulheres e amor. Um dos comentários não vai ser visto pela maior parte das pessoas uma vez que foi feito a uma crónica que escrevi em 27 de Maio de 2006 intitulado Mistérios. Se se derem ao trabalho de espreitar ficarei encantada... Se usarem a barra de cima "pesquisar blogue" e escreverem a palavra encontram a crónica com este nome.
Pois claro que sou vaidosa e que fico babada porque o Bartolomeu me chamou inteligente... mas não mais que a média meu amigo, não mais que a média... e já agora: tu não és "engraçadinho", és mesmo engraçado, quer dizer tens humor, tens piada... gosto de ti, pronto!
Talvez eu tenha a meu favor o facto de gostar de pensar que é um hábito que me parece que se vem perdendo ao longo dos anos. A vertigem em que vivemos nestes últimos séculos parece que não deixa tempo a respirar. As pessoas têm tendência a querer viver tudo de uma vez e acabam por não gozar realmente nada da vida... embora estejam convencidas que sim.
Convencemo-nos por exemplo, que as férias só existem de verdade quando nos atordoamos numa montanha de compromissos que incluem noitadas que nos deixam de rastos no dia seguinte e impossibilitados de gozar um nascer do sol a preceito (é claro que existe sempre a possibilidade de o fazer após uma noitada, mas garanto que são coisas perfeitamente diferentes: se se levantarem de propósito à hora do nascer do sol para assistirem ao espectáculo a coisa é bem mais impressionante!) E assim por diante. Durante o ano são os afazeres que nos deixam sem tempo e nas férias a ocupação ao máximo de todo o tempo... e ainda há aqueles que aproveitam para pôr o sono em dia como se isso fosse uma coisa possível...
Tempo para pensar? Não há. E é por isso que eu acho que sou uma felizarda. É que descobri há uns anitos ao olhar-me ao espelho que o tempo tinha passado por mim sem que eu desse por isso. E nesse dia decidi que ia deixar de correr. E deixei na medida do possível: não corro para apanhar transportes, não corro para nada a não ser que seja uma verdadeira urgência, questão de saúde ou outra verdadeiramente inadiável. Daquelas que nos acontecem felizmente de longe em longe...
E comecei a ter tempo para outras coisas como por exemplo pensar em não correr, pensar na beleza que têm as pequenas coisas da vida, parar para fotografar uma papoila ou uma pedra... Querem um bom conselho? Deixem de correr e vão ver que passam a ter muito mais tempo para pensar e para viver...

1 comentário:

Bartolomeu disse...

Dizia o Professor Agostinho da Silva, entre outras coisas, que: O importante, acima de tudo, é que sejamos as pessoas que somos, fazendo aquilo de que gostamos, de preferência uns com os outros.
Aquele Senhor, professava a interacção, como forma de conhecer a essência humana. A valorização pessoal, assentava, na sua opinião, num princípio universal de intercambio de energia, através de multiplas formas. Uma delas, que é também comum à "filosofia" Budista, consiste precisamente em viver ao rítmo da rotação do planeta. E tu Maria Eduarda, parece que já descobriste essa verdade.