16 agosto, 2007

Que cansaço!

Devíamos nascer de geração espontânea. Poupava-se uma quantidade de trabalhos e chatices. A família, filhos incluídos, pode ser uma coisa muito bonita mas dá um trabalho que às tantas só apetece fugir. Para muito longe, sem contactos, para que ninguém nos encontre... mais ou menos como quando desapareci para Malta (só que levei telemóvel). Acabada de chegar ao hotel o meu filho mais velho liga-me dizendo que vinha passar o fim de semana a casa (ele fez o curso em Santarém) e ia caindo para o lado quando eu respondi que ele até podia ir passar o fim de semana a casa mas eu não estava lá... é claro que esta estória é uma das muitas que ele conta a meu respeito, quando quer ilustrar a mãe que tem.
Pois é isso que me apetece fazer... e se calhar vou mesmo fazer: desaparecer para que ninguém me ponha a vista em cima, esquecer o telemóvel em qualquer parte e mergulhar no mar até ficar sem fôlego, até me sentir de alma lavada. Fazer de conta que o meu mundo sofreu um terremoto e só sobrei eu.
Mas nesta altura não é fácil arranjar um cantinho onde ficar e está demasiado frio para dormir na praia. Pelo menos para mim que sou um animal de sangue frio que só se sente bem ao sol.
Eu sei. Amanhã já me terá passado a zanga, mas hoje realmente estou furiosa. Porque toda a gente está sempre à espera que eu esteja disponível quando lhes apetece, como se eu não tivesse vida própria.
Que cansaço!

Sem comentários: