19 agosto, 2007

Pois sou!

Acabo de ouvir Rui Veloso na canção que decidi publicar hoje. É assim que me sinto depois de mais um fim de semana neste Agosto tão sossegado que corre o risco de virar um tédio. Quando sinto que tenho realmente todo o tempo do mundo, não só para ti mas para toda a gente. Quando sobretudo tenho todo o tempo do mundo para mim. Quando tenho que inventar coisas para fazer, ou simplesmente aproveitar o sossego e gozá-lo.
Acabei hoje o Bom dia camaradas de que vos falei ontem aqui. Confesso que a morte do camarada António no dia em que se anuncia finalmente a paz em Angola me fez vir uma lágrima ao olho. E olhem que isto não é normal. Não sou de me derramar em lágrimas com livros ou filmes... ficção é ficção e está a andar. E eu sei que o livro de Ondjaki conta apenas a estória de um certo período da infância, o final, mesmo antes de entrar na adolescência, quando começamos a pensar que sabemos tudo da vida, quando passamos os piores e os melhores momentos das nossas vidas. Quando se fazem amizades que duram para toda a vida ou se desfazem por circunstâncias da vida em pouco tempo... mas guardamos a lembrança dessas amizades e de vez em quando sem sabermos porquê, vem-nos à ideia e resolvemos procurar saber das pessoas que em certa altura nos disseram alguma coisa... é claro que já me tem acontecido achar que não vale a pena entrar em contacto com alguém porque os percursos, as opções de vida foram tão diferentes que não valem o desgaste de uma tentativa de reaproximação. Eu sei que isto pode chocar muita gente, mas é assim que penso. Sou elitista sim senhor. Ah pois sou!

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