A vida é assim. As pessoas conhecem-se, amam-se (ou não), juntam-se, separam-se, telefonam-se primeiro com frequência, depois cada vez menos e esquecem. Esquecem é uma forma de dizer. De longe em longe a gente lembra. Há quem lembre o que foi bom e quem lembre o que foi mau. Sobretudo quando se tem a noção de que para não voltar a errar é preciso lembrar o que foi mau para não voltar a acontecer.
A vida é assim. Há gente que vale a pena e gente que não vale a pena. Quando as pessoas valem a pena as estórias ficam como uma terna lembrança que podemos acarinhar nos nossos piores momentos. Mas quando não valem a pena o melhor é mesmo lembrar o pior para não voltar a cair. Não correr o risco de novo... Porque, acho que acontece o mesmo com toda a gente, é difícil livrar-mo-nos das pessoas que não valem a pena. Pegam-se-nos como lapas, não desistem nunca, infernizam-nos o dia a dia e só nos deixam em paz (quando deixam) quando encontram a próxima vítima. Aí podemos respirar de alívio.
Tenho impressão que neste aspecto de ficarem a sarnar as relações acabadas, as mulheres são na generalidade, piores que os homens. Talvez porque haja pouca oferta no mercado, os homens rapidamente arranjam uma nova companheira. E muitas mulheres têm medo da solidão. Não se habituaram a ser independentes e então têm pavor de ficar sós. Sujeitam-se às maiores vilezas por parte dos parceiros só para não ficarem sozinhas. E muitas vezes só terminam uma relação completamente acabada quando lhes aparece outro homem por quem se apaixonam. Porque até aí vão dizendo que não aguentam mais que um dias destes é de vez mas qual quê... se não tiverem alguém que lhes dê o empurrãozinho necessário ficam para o resto da vida vivendo uma existência que não suportam... só que têm medo do que não conhecem. E o que não conhecem, chama-se ficar a sós consigo mesmas... e quando têm a coragem de o fazer, de dar o passo de gigante, aí dizem porque é que eu não fiz isto há mais tempo? Porque é que eu aguentei tantos anos? Porque me deixei chegar ao esgotamento. Por medo! E não há o que temer. A solidão só existe para as pessoas que não gostam de si mesmas. Na generalidade nós somos mesmo as melhores companhias que podemos ter. Acreditem.
Já o meu pai dizia que o caçaço é a maior de todas as doenças!
Já o meu pai dizia que o caçaço é a maior de todas as doenças!
1 comentário:
Eis-me de regresso
Por onde tenho andado?
Não vou responder. Pelo simples facto, que sei, que não irias perguntar. Não és curiosa, isso sei-o de fonte segura.
:)))
O medo de ter medo... esse é o pior medo, na medida em que é um medo obscuro, indefinível.
Eu não tenho medo, ou melhor, tenho medo por não ter medo.
Esta afirmação faz-me recordar daquelas pesoas que afirmam não acreditar em Deus. Se não acreditam em Deus, é porque não acreditam em alguma coisa, que pelo facto de não acreditarem nela, é só por si o motivo porque acreditam. Melhor seria declararem que acreditam, mas fazem o possível por ignorar e,não por não acreditar, pois a partir do momento em que não se quer acreditar, é como se tivessemos uma moeda no bolso e a deitemos fora, porém sabemos sempre que a tivemos e que apesar de ela já não nos pertencer, continua a ser uma moeda que deitámos em qualquer lado.
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