17 agosto, 2007

Em paz com a vida.

Considerei o conselho do Bartolomeu e a minha experiência e atravessei de novo a Ponte Vasco da Gama. Para mergulhar não no rio, mas na vida como aconselhou o meu filósofo de serviço.
Não sei porque é que as pontes me fazem bem, especialmente a Vasco da Gama. Esta se calhar é só por ser tão grande que dá tempo para pensar na vida enquanto a atravessamos, usando a faixa direita, quem tiver pressa que vá andando que o que eu quero mesmo é recuperar o meu equilíbrio. E consegui. Mas acho que nunca atravesso uma ponte sem me lembrar do Professor Agostinho da Silva, dizendo naquele tom monocórdico mas expressivo que um homem nunca atravessa duas vezes a mesma ponte. Ele é que sabia das coisas! Quando cheguei à margem esquerda era uma e quando regressei à margem direita era outra pessoa. Era de novo uma pessoa feliz.
Pois a boa disposição voltou, já não estou zangada, nem com a vida nem com ninguém. Mesmo assim EGV tens que me desculpar não ter aceite o teu convite de hoje mas repetir Porto em tão pouco tempo seria dose demasiado grande. Sobretudo quando o tempo não se anuncia grandes coisas lá para aquelas bandas, amigo. Mas custa-me sempre dizer-te não, porque sei que tu és o AMIGO de todas as horas, aquele com quem não preciso de estar constantemente em contacto porque me conhece quase tão bem quanto eu mesma.
A nossa conversa ao telefone também me ajudou e é preciso que saibas isso.
Não. Não te vou cobrar nada, já sabes. A porta está aberta quando quiseres, como sempre esteve e sempre estará. Quem tem um amigo como tu pode dispensar muita coisa desta vida. Portanto mais uma vez desculpa mas receei que não fosse boa companhia este fim de semana... fica para a próxima.
E para a próxima fica também outra zanga que esta já passou. Estou em paz, com a vida.

1 comentário:

Bartolomeu disse...

Marie ma belle Marie, excomungaste de ti o medo de não poderes ser quem e como desejas ser.
Mas se curtes pontes compridas (e ainda juram que o tamanho não importa...) tens a nova ponte sobre o tejo, denominada da lezíria. É a mais comprida sereníssima, podes conduzir totalmente refastelada no banco, enquanto soltas o espírito pela campina ribatejana. Chegando ao final, tomas a saída de Benavente, passas a portagem, encontras uma rotunda, voltas à esquerda, passas Salvaterra de Magos etc. etc. etc. e chegas a Almeirim, aí abancas-te e delicias-te com uma sopa da pedra e um jarrinho de tinto do produtor. Depois para sair do torpor, atravessas Almeirim na prependicular e paras na pista de kart, tem esplanada e especímenes suigeneris, representativos da fina-flor da lezíria. Quem sabe ainda terminas o dia a cavalgar um puro-sangue Lusitano?
Quem sabe?