11 julho, 2007

Tu é que tinhas razão, pai.

O novo sistema de avaliação dos funcionários públicos é mais uma vigarice inventada pelo Estado para poupar uns milhões.
Sei do que estou a falar porque há dois anos que sou avaliada pelo novo sistema. Este ano apresentei reclamação da nota e ainda estou à espera de resposta, apesar de ter cumprido os prazos para entrega da reclamação, a resposta que me deveria ter sido dada até 30 de Abril ainda está por acontecer... interessante não é? O respeito que a administração pública mostra pelos seus trabalhadores.
Pois então o sistema é simples. Os 25% de trabalhadores com direito a serem considerados muito bons ou excelentes são na sua maioria profissionais no fim da carreira. Gente portanto que não é afectada financeiramente pela avaliação, uma vez que estando em fim de carreira não têm mais por onde "trepar" como se diz na nossa gíria. No meu serviço por exemplo, toda a gente sabe para quem vão estas notas. Estão previamente atribuídas e nada têm a ver com o mérito ou cumprimento do dever de quem quer que seja.
Um sistema da treta que resolvi pôr em causa este ano. Estou farta de me deixar estar no conforto do meu "não quero saber". Este ano decidi que se não posso ter "muito bom" então não vale a pena ser melhor do que os outros. Não vale a pena ter o serviço em dia. Não vale a pena ir trabalhar mesmo quando estou doente ou dar menos atenção a familiares doentes ou carentes de atenção para dar prioridade ao serviço. Se ganho o mesmo que aqueles que pouco fazem e se vão encostando aos que sempre são escolhidos quando há tarefas mais exigentes, não vale a pena esforçar-me. Por isso, se este sistema realmente continuar desta maneira, se vir que as avaliações continuam a ser previamente distribuídas pelos eleitos que nenhum proveito tiram delas (para além do facto de muitos deles não merecerem mesmo estas avaliações), passarei a comportar-me medianamente.
Como dizia o meu pai, "na função pública, minha filha, nem bom soldado nem bom cavalo". Ele é que sabia!

1 comentário:

Bartolomeu disse...

e eu. rejeitei um lugar num banco... sou mesmo parvinho...