13 julho, 2007

O valor das palavras

(Foto "encosta-te a mim")


É bom poder sentir-me útil aos meus amigos ou aos amigos dos meus amigos que vão fazendo parte desta teia de relações que vamos construindo ao longo da vida. A maior parte das amizades vão ficando, vão-se reforçando. É bom descobrir o que existe dentro de cada um de nós. É claro que vamos tendo as nossas desilusões. Mesmo como diz o Jorge Palma quando já vivemos cem mil anos, ainda assim é bom que os outros não queiram ver quem não somos. Mas é bom dizer como ele "encosta-te a mim" ou mesmo em casos muito especiais "enrosca-te a mim"... é bom sim quando podemos partilhar com os nossos amigos tudo o que vivemos.
É claro que para a maior parte das pessoas é fundamental partilhar as coisas boas e existe a tendência para não incomodarmos os outros com as coisas menos boas que nos vão acontecendo.
E depois ralhamos com os amigos que não "desabafam" as coisas más que trazem dentro de si. E quando chegar a nossa vez, faremos o mesmo. Porque sabemos que para partilhar algo de menos bom é necessário realmente existir uma grande afinidade e no fundo o que todos queremos é ser felizes e sentirmo-nos livres e leves... faz parte do egoísmo da raça humana. Não me culpo por isso. Mas sinto-me bem quando alguém partilha comigo as coisas menos boas. Quando alguém me diz "a ti conto-te porque é minha amiga". E reparem bem na construção da frase. "És minha amiga" e não "sou tua amiga". Esta é a lógica. Esta é a verdade. Este é o lado bom. Ouvir alguém dizer "és minha amiga" é muito mais importante do que ouvirmos "sou tua amiga". Pelo menos para mim.
Eu sei que para a maior parte das pessoas isto não faz sentido porque para a maioria as frases são equivalentes. Mas experimentem dizer-se em voz alta cada uma delas. E saberão a que tem mais significado para vós.

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