30 julho, 2007

A nossa casa.

Começaram as férias para muita gente. Notei na ausência de trânsito aqui da zona para Lisboa.
Às 8 e pico já estavam 29ºC. Chego à praia e decido levar o chapéu de sol. Afinal estou de férias. A ver se consigo estar mais um bocadinho na praia. Uso todos os estratagemas. Estendo a toalha na areia ainda molhada da última maré cheia e numa zona da praia ainda à sombra. Abro o chapéu de sol encosto a garrafa de água de modo a manter-se o mais fresca possível. Já venho besuntada de protector solar de casa. Há uns anos comecei a fazer alergia ao sol e agora, sobretudo o braço esquerdo (devido à condução) tende a incomodar nos dias de mais calor. Por isso me protejo.
Quando era miúda também ia para a praia de manhã cedo e regressávamos antes do meio dia. Era o calor de África e o meu pai decidia assim, era assim que se fazia. Ainda bem: provavelmente senão fosse assim também já teria um qualquer cancro de pele. A falar verdade não sei de nada disso. Tenho muitos sinais mas sempre tive. Prefiro não saber.
Durante anos fiz praia às horas mais impróprias. Não o devia ter feito. Mas fiz. Está feito. Agora não faço. Mesmo que quisesse não seria capaz. Não aguento. E afligem-me sobretudo as famílias com crianças que chegam à praia quando me vou.
Devíamos saber e sabemos. Todos os anos há dias assim de mais calor. Ao contrário da maioria dos mortais durmo lindamente com calor excessivo. Deve ser uma reminiscência da infância que me dá paz. Mas o ano foi invulgarmente molhado. Tenho andado por esse país e admiro-me com o verde em todo o lado, incluindo o Alentejo. Julgo que por isso tem havido poucos fogos. Felizmente. Mesmo assim é um desespero para as pessoas verem os bens de uma vida a arder. Não faço ideia da sensação mas tenho a certeza que é horrível. É por isso que acho que deviam ser aplicadas penas pesadas a quem ateia fogos por maldade, loucura (quem ateia um fogo para protestar por uma situação laboral não está com certeza muito bem mentalmente) ou negligência.
Todos somos responsáveis pela destruição do planeta. Todos temos culpas. É preciso que não as agravemos consciente ou inconscientemente. É preciso consciencializar-mo-nos. É preciso evitar uma maior destruição. Os efeitos do que temos feito estão aí. Sãs as tempestades que arrasam cidades no norte da Europa e na Ásia e o calor intenso noutras parte do planeta.
Por muito que eu goste de calor quero um bem muito grande a esta minha, nossa casa: a TERRA.

1 comentário:

Bartolomeu disse...

Amen!
Aqui o teu amigo, detesta calor, seja excessivo, ou não. Curto muito mais um friozinho que me peça para me agasalhar, ou para passar uma tarde de amor em frente à lareira.
Mas não estive em África :(