10 julho, 2007

Cá por coisas...

(Carta aberta à filha de Pepe)
Minha querida,
Quando a Paula me diz que fica encantada com a tua companhia e com as tuas estórias, é claro que não me espanta. Se eu que estou contigo tão frequentemente me encanto, o que fará ela que só está contigo "quando o rei (deveria dizer presidente?) faz anos? De qualquer modo sendo tão crítica como é fico admirada com o encantamento que lhe provocas. E isso só faz com que a minha admiração por ti aumente.
De facto ouvir-te não cansa nunca. As tuas estórias presentes são enleadas num passado que contado por ti deslumbra. Tanto faz que fales dos filhos, dos pais, do dia a dia ou de política. Tudo tem cor. Dito. Contado. Por ti.
Devias mesmo ter seguido a carreira do ensino. Imagino o que seriam as turmas de meninos e meninas olhando-te com a sofreguidão curiosa natural das crianças.
Imagino que o neto ou neta que vais ter se encante contigo tanto quanto te encantarás com ele. E será com certeza uma criança feliz tendo uma avó como tu e uma tia como a tua filha.
Que pena sabermos que infelizmente a maior parte das crianças não tem a sorte de ter uma família, não que a ame apenas, mas que a ame ensinando a vida como ela é, mas pintada de cores garridas, cores que nos fazem sorrir. Como o teu sorriso aberto quando ficas feliz por alguma coisa pequenina que te oferecem. Seja uma palavra, seja um texto, seja um sorriso ou uma lágrima.
A minha vida seria muito mais pobre se tu não fizesses parte dela. Esta é a verdade. Fica escrita. Cá por coisas...

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