A ideia inicial é ir ao Porto, estar com os amigos e voltar. Mas de repente começam as ligações telefónicas. Em menos de nada os planos alteraram-se. Vamos a Caminha jantar com mais amigos do que o previsto. São pessoas que não conheço senão de ouvir falar. Mas o meu amigo tem razão. Em dois tempos estamos todos a tratar-nos por tu.
É gente do norte como costumo dizer. Dois deles professores de português. Isto impele-os a explicar algum calão. Vernáculo como diz Zé do Mar, secundado por Evita. Ela sobretudo é uma verdadeira mulher do norte. Faladora, diz o que pensa sem meias tintas. O marido permanece mais calado. É homem de opiniões fortes que não explicita senão quando pensa chegada a hora...
Depois do jantar prosseguimos jornada até Lanhelas onde uma amiga que não vejo há anos comprou uma casa de fim de semana. Abraço-a com emoção. E à filha que não via desde que ela era da idade da Ritinha hoje: 4 anos. Uma menina linda e conversadora, que não atropela palavras e sorri constantemente, tal como a mãe e a avó.
Vamos dormir a Viana do Castelo a casa de Evita. Ficamos na palheta até alta madrugada. Quando nos deitamos é quase dia e não consigo dormir mais do que meia hora.
Tomamos o pequeno almoço, conversando. Evita está muito triste: o cachorro morreu ontem, ao que parece envenenado. Apesar disso ela tenta manter a boa disposição.
Arrumamos a cozinha e vou dar uma volta por Viana do Castelo. Tomamos café no Zé Natário, compramos a sobremesa para o almoço que haveremos de fazer em Lanhelas.
Os meus amigos levam-me a Sta. Luzia. Faço fotos. Estou deslumbrada e desencantada ao mesmo tempo. A marginal de Viana do Castelo está completamente desfigurada. Tanta asneira junta não se entende, quando permanece a preocupação com o edifício Coutinho.
Passamos a buscar Evita e vamos para Lanhelas. A paisagem da casa da minha amiga é deslumbrante. A Galiza está ali, do lado de lá do rio.
Tudo é lindo. Mas o mais importante foi ter conhecido gente tão acolhedora e ter revisto velhos amigos. Está prometido: em breve voltarei!
1 comentário:
nós a olhar o rio...
O Poema fica para além de mim. Está do outro lado do mar, do meu azul,
do meu tempo de procurar poesia entre as árvores, neste Minho tão
diverso como eu...
Nunca forço o poema, nunca empenho a gramática, a rima, a bucólica
paisagem, ou os meus amores para entrar no poema... O poema quer
melodias, símbolos tirados dum sorriso, dum gato mimado, dum calão
espontâneo à maneira do Eduardo... Depois exige uma mensagem; ainda que
a mensagem possa ficar para amanhã, para outro amanhã que havemos de
descobrir da outra banda que é sempre banda do Minho!
É bom ter amores. Ter família é assim... Sentir que o calor sempre está
ainda que seja Dezembro...
Logo, depois do sono e dos sonhos, tenho muitos alinhamentos para pôr na
cabeça. Mas nunca consigo alinhar a minha cabeça...
Tropecei num cometa e nunca ninguém mais me pode agarrar..
Abrações
Zé do Mar
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