Pepe teria feito, se fosse vivo, 90 anos ontem. Foi um homem inteiro, de verdade. Lutou contra o fascismo, incentivou a filha a que fizesse o mesmo, ajudou muita gente... construiu o seu pequeno império, num tempo em que não era possível fazê-lo com a ajuda do emblema do partido que se muda conforme muda o governo...
É verdade. Passados mais de 30 anos da revolução de 1974 o que conta é quem está no poder. E quem quiser um tachinho, uma vidinha melhor, um vislumbre de qualidade de vida, terá que se sujeitar a ter pelo menos um partido, que o defenderá e lhe arranjará um poleiro logo que possível. É claro que conheço muita gente que se demarca do partido, mal este deixe de lhe fazer falta... se os tempos mudarem e for preciso, pois com toda a certeza será fácil dar a volta ao assunto e demonstrar por a+b que a fidelidade não foi jamais quebrada. Ou "jamais- jamé" em francês como o nosso querido ML que não se cansa de mostrar que, sendo engenheiro, tem uma queda acentuada para as línguas estrangeiras, como hoje demonstrou mais uma vez usando o vocábulo "peanuts"... Isto é assim mesmo: gente fina é outra "chose". Pois é meu caro ML também eu sei "un petit peu de français" "and so a litlle of english". (Perdoem-me se dei algum erro mas que diabo, eu não sou ministra!).
Voltando a Pepe. Ainda que não tivesse feito mais nada, Pepe já teria tido a virtude de ter feito uma filha, tão pequena quanto brilhante. E ter uma amiga como a filha de Pepe é algo de muito sério. Porque quem tem uma amiga assim nem precisa de ir à bruxa. Ela conhece toda a gente, por dentro e por fora. Sabe os mapas que levam a cada uma e sabe exactamente o que cada uma delas fará em determinado momento.
E já agora obrigada Pepe por continuares vivo na tua filha e nos teus netos. Só homens grandes como tu, como o meu pai, permanecem ao nosso lado e ao lado dos nossos amigos, para sempre. Sem que "para sempre" seja tempo demais.
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