Acabei de receber a visita de uma amiga que me vai levar uma encomenda para o Alentejo. E falávamos de viagens e destinos e da vida e das voltas que ela dá e nos acasos que fazem da vida o que ela é. E falámos de cidades que ambas conhecemos e de outras. E da maneira como cada uma de nós encara as cidades. Ela gostou de Barcelona mas achou-a suja. Realmente o bairro gótico e as ramblas não são propriamente um paraíso asséptico. E se fossem? teriam o mesmo encanto? Não conseguiu mergulhar na praia porque imaginou uma quantidade de esgotos da cidade a desaguarem no mar. Ainda bem que a minha imaginação não me foge para essas alturas. E todos os mergulhos que dei na praia em Barcelona aos fins de tarde me sabiam a sal e não a esgotos.
Mas aí entrou a minha dificuldade em visitar cidades que não têm mar. É claro que eu gosto de Londres mas quando volto faço a marginal de olhos no rio quase mar e encho-me de azul e de verde e não sei viver de outra maneira que não seja esta de estar perante o mar. Sou sem dúvida um ser do mar. É o mar que me cura as mazelas do dia a dia. Sempre o mar. Daí que ando há anos para visitar Toledo e não me decido. Aqui tão perto mas então?
Não consigo sequer imaginar como se pode viver longe do mar. Mas é claro que há gente da terra, e da neve e do rio e dos lagos... A vida é feita de tudo isto. E um dia destes vou mesmo a Toledo... Prometo a mim mesma... (aqui para nós, são regra geral as promessas que não cumpro).
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