Sinto os olhos procurarem os meus. A carruagem está cheia do sol da manhã. Levanto o olhar para perceber que olhos me procuram. São olhos verdes. Olhos jovens. Percebo isso, mesmo antes de olhar a cara que carrega aqueles olhos. É um homem jovem de estatura bastante grande. Está sentado de frente para mim. Mas percebo que terá no mínimo 1,85m. Sustento o seu olhar. Por instantes desvia os olhos e leva à boca uma garrafa de água. Volto a colocar os olhos no livro, mas o olhar verde chama-me. Levanto de novo os olhos e fixo-os nos olhos verdes. O jogo repete-se: ele leva a garrafa à boca e desvia o olhar por segundos. Agora sou eu que não desvio o olhar. Espero que os olhos verdes desistam... Olham brevemente pela janela, com desinteresse, mas eu estou à espera de ver o que se segue. Os olhos voltam-se de novo para mim.
O comboio está a chegar ao seu destino. Levanto-me. Não torno a ver os olhos. Não torno a sentir aquele olhar pousado no meu. Mas é um olhar que não incomoda. Um olhar repousante. Um olhar que tenta perceber quem sou... que tenta dizer quem é. Que me deu um dia tranquilo.
2 comentários:
HMMM...
O que é que eu posso dizer?
Ah!!!!
Os meus olhos são verdes!!!
É isso!
Os meus olhos são verdes!!!!
Mas... não ando sempre de garrafa de água na mão... não viajo de comboio...
Logo vi que me faltava o principal :(((
Querido Bartolomeu! Então já sabemos dos olhos verdes. E pelos vistos também da juventude: ambos gostamos de 125! A ver vamos se vou pescando mais alguma coisa... Se bem que a cor dos olhos é apenas focada porque o verde é uma cor que me tranquiliza... e agora há que descobrir se tudo o que eu escrevi se passou ou se foi tudo inventado... que partes são reais e que partes fazem parte do meu eu inventado? Um abraço.
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