17 maio, 2007

Ponto. Final.

O primeiro mergulho do ano. Aquela sensação de que tudo o que me aborrece fica lá, no mar. Eu sei que esta ideia não é muito solidária para quem se diz amante do mar, mas a verdade é que a capacidade que ele tem de se renovar é tal, que não mo dói a consciência de lhe deixar o meu stress ao fim de um dia de trabalho. E depois, as praias cheias. Bem sei que a maré estava cheia o que não ajuda, mas mesmo assim é claro que os números do desemprego são muito elevados. Mesmo muito claro.
Isso mesmo ouvi ainda há pouco na abertura do Telejornal. São números impressionantes. Tenho familiares e amigos que fazem parte deste número alucinante. Isto não é uma coisa normal. São pessoas de todas as idades, com e sem licenciaturas, alguns há imensos anos sem emprego. Não consigo perceber como se consegue sobreviver desta maneira. O subsídio de desemprego não dura sempre: quando acaba de que é que as pessoas vivem? Ficam às costas dos familiares e amigos para o resto dos seus dias? Quanto tempo é que as pessoas que ajudam têm capacidade para continuar a ajudar? Como é que o estado pretende que os casais tenham filhos? Como é que os jovens podem pensar em constituir família sem a segurança de um emprego?
É claro que há gente para tudo. Conheço casos de gente que se esteve nas tintas para as contas e teve todos os filhos que quis... como eu, por exemplo. Mas essa é uma opção cada vez mais difícil de tomar. Porque sem um emprego, eu não o teria conseguido!
Não me apetece falar de política. Deixo isso para quem sabe da poda. Eu cá não acredito em governos, venham eles de onde vierem. Sou contra todos os governos. Esse é o meu princípio de vida. Não há governos bons. Nem governantes. Ponto. Final.

1 comentário:

Unknown disse...

Mas isso do desemprego, que tu criticas, que tu lamentas, se bem leio a realidade, é o progresso, é a vanguarda, é o grande teste à capacidade do ser humano de se mostrar valente e até herói, mostrando que é capaz de não ser malandro, nem vadio, é uma nova teoria sócio-política, a que se chama de Socialismo Moderno, ou, segundo outros, de Nova Democracia. Acho, Eduarda, que estás um bocado desactualizada, não tens acompanhado. É o que está a dar. Todos os partidos se estão a transferir para esta nova doutrina. Eu também não concordo. Rabujo. Que hei-de fazer mais se não sou como tu que afugentas os demónios mergulhando nas águas frias?