Depois do livro de contos de García Márquez "Olhos de cão azul" editados agora para festejar os 80 anos do escritor, sigo com os sul americanos... mas comecemos por este cão azul que contém 14 contos, todos eles mais velhos que eu... o mais recente é de 1955. A maior parte deles tem como tema de fundo a morte, como é apanágio de García Márquez. A pedido, emprestei a uma garota de 18 anos "Memória das minhas putas tristes". A miúda leu-o e perguntou à mãe se eu tinha mais livros dele. A mãe disse-lhe que sim, que eu os tinha todos. Então ela pediu que lhe emprestasse outro, "para ver se percebia porque é que o escritor tinha ganho o Nobel". Vou emprestar-lhe "Crónica de uma morte anunciada" ou "O amor em tempo de guerra", a ver se ela percebe... porque duvido muito que seja capaz de ler "Cem anos de solidão"! De qualquer modo já acho uma maravilha ela insistir em ler para ver se percebe a atribuição do prémio. É claro que o que lhe chamou a atenção para este romance que me pediu emprestado foi o nome... mas é evidente que é um Gabo doente que o escreveu, provavelmente ditou, não sei... Mas tenho esperança de a tornar leitora dele. É que aqui há uns anos, também a pedido emprestei à mãe "O outono do patriarca" que ela detestou... a ver vamos se ainda vou a tempo de corrigir esta má impressão sobre o grande Gabo, a quem muitos não perdoam as boas relações com Fidel.
Pois agora estou lendo "Travessuras da menina má" de Mário Vargas Llosa. Não é por gostar tanto de Luís Sepúlveda que não gosta de Llosa, que deixarei de o ler... aqui a estória é ao contrário... Llosa é claramente um tipo de "direita" que os de "esquerda" não lêem, ou dizem que não... eu leio. Tenho vários livros de Llosa e de todos gosto bastante. Mas o primeiro que li dele "A tia Júlia e o escrevedor" foi decisivo para continuar a comprar e a ler Llsoa com muito gosto... como estas travessuras de uma menina má que atravessam o tempo de um jovem que se faz homem, que se faz velho, não sendo capaz de vencer a sua paixão sem remédio pela menina má, que cresceu, e se fez mulher e também se fará velha, continuando a ser menina... e má!
E continuo encantada pelos sul americanos... Ou melhor: sigo encantada...
3 comentários:
Gosto muito de ambos também.
Um tema interessante é o da relação afectiva de certos escritores ( como pessoas, claro...) e certos regimes e políticos autoritários, ditadoriais.
Mas, talvez devido à idade ( a minha, claro ) já não me faz diferença.
Gosto mais do Sepúlveda, até porque não tem essa bipolaridade ideológica a que o Eduardo se refere. São gostos, claro.
Stela
Acho que são falsos problemas. O que me interessa é o escritor. Não é o Saramago amigo do ditador Fidel? E não é um grande escritor? Isso não chega?
Lídia
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